quinta-feira, 4 de abril de 2013

A demissão do Pindérico do "Dr." Miguel Relvas

Hoje, quase dois anos depois de lá ter entrado, o até então Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, "Dr." Miguel Relvas, pediu a demissão do governo. Após o escutado com toda a atenção a sua declaração pública e ouvir dizer, como justificação da sua demissão, que já não tinha condições anímicas para continuar, fiquei com a sensação de que só abandonou o cargo porque foi literalmente obrigado a fazê-lo. 

Esta minha conclusão é simples de se justificar. Basta ouvir o que o ex-Ministro disse durante 7 minutos para se perceber isso mesmo. Parecia mesmo uma criança quando está embirrada porque se lhe tirou algo que gostava muito. 

Por um lado começou por dizer todas as grandes decisões (para ele) que ele tomou ao longo dos dois anos que esteve no poleiro. Depois, e do outro lado da moeda, aproveitou para dar bem nas orelhas a Pedro Passos Coelho. Dizendo de forma bem explicita que se este este foi eleito Presidente do PPD/PSD foi graças ao empenho e trabalho árduo que ele (Relvas) teve e que o mesmo se passou com a eleição para Primeiro-Ministro. Deu a entender que se não fosse este empenho, Passos Coelho não estaria onde está agora. 

Das duas uma: ou foi Passos Coelho que empurrou Relvas para fora porque este era um dos maiores motivos pelo descrédito que este governo caiu na opinião pública geral; ou, por outro lado, Paulo Portas pressionou forte e feio Passos Coelho a fazer cair o seu braço direito senão quem caía era o governo. Sinceramente, opto pela última hipótese. Porquê? Vejamos então: o discurso birrento de Miguel Relvas mostra muito bem o mau estar que existe por ali. Relvas sentiu-se desprotegido pelo amigo Coelho e desatou a dar nas orelhas dele publicamente, lembrando-lhe que se ele é Primeiro-Ministro de Portugal foi graças a si e como tal devia tê-lo protegido mais e conservado o seu lugar no poleiro.

Esta birrinha de Miguel Relvas só mostrou, mais uma vez que é um Pindérico do mais alto nível e o quanto lhe custa largar o poder conquistado.

Outra coisa que me fez impressão na declaração de Miguel Relvas, foi o simples facto de ele gastar o seu latim durante 7 minutos e não ter apresentado qual o motivo que o levou a demitir-se. Penso eu que todos os portugueses tinham direito a saber o que leva um ministro a renunciar ao cargo que ocupou. O motivo da "falta de força anímica" não chega. Ainda para mais quando o foco do seu discurso depois de dizer isto, foi de elogiar o trabalho feito por si e de dar recados ao Pedrito.

Especular, como muitos comentadores políticos já fizeram e vão fazer, que esta demissão está directamente relacionada com o caso da sua pseudo-licenciatura é uma falácia. Não foi o próprio Primeiro-Ministro que disse - quando a polémica estalou - que este assunto era um "não assunto"? Se é um "não assunto" não se pode usar este motivo como o que levou a esta demissão. Além disso, o relatório sobre a sua (não) licenciatura já estará nas mãos do Ministro da Educação há dois meses. Porque tanto tempo depois é que se resolve demitir?

A verdade é que o homem demitiu-se (ou foi demitido). Já devia o ter sido há mais tempo? Já! Até nem devia ter entrado no governo.

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